O Aço


A construção civil está em constante processo de mudança. Novos materiais e novas tecnologias surgem a cada dia propondo-se a resolver melhor e mais rápido as questões que se apresentam nos canteiros de obras.
A construção em aço surgiu inicialmente na Inglaterra – há cerca de 200 anos – e desde então vem aprimorando sua tecnologia e contribuindo para o desenvolvimento do setor em todo o mundo. No Brasil, a história é mais recente. Foi no final do século XIX e início do século XX que o aço começou a ser utilizado, mas ainda na forma de estruturas pré-fabricadas importadas para atender à demanda crescente por pontes e edifícios. Apenas a partir do início de operação da Companhia Siderúrgica Nacional, CSN, a primeira siderúrgica integrada instalada no país, em 1946, é que o aço importado passou a ser substituído pelo produto de fabricação nacional.
A princípio, contudo, o aço produzido no Brasil tinha como destino prioritário o setor industrial, que crescia com vigor impulsionado pela ênfase na política de substituição de importações e pelo crescimento do setor automotivo. Assim, desde o início do século passado, a construção civil no Brasil se desenvolveu privilegiando o concreto e a alvenaria, tendo como característica o uso intensivo de mão de obra, principalmente a de baixa qualificação. Mesmo recentemente, como no período entre 1980 e 2004, este conservadorismo se manteve e foi reforçado, provavelmente devido às baixas taxas de crescimento do setor da construção, que atingiram média de apenas 0,5% anual no período.
De lá para cá muita coisa mudou nesse cenário. A partir de 2003 a construção encontrou um novo ritmo de crescimento. A expansão também trouxe grandes alterações qualitativas e um crescente amadurecimento do mercado, que passou a exigir obras cada vez mais rápidas e com maior qualidade. A elevação do custo da mão de obra tornou indispensáveis a racionalização de processos e a busca por maior produtividade e com melhor qualificação dos trabalhadores. O bom desempenho das edificações tornou-se um requisito obrigatório, incorporando também a preocupação com a sustentabilidade dos materiais e da obra como um todo, o que é uma exigência cada vez mais importante para os clientes e para a sociedade. Essas demandas encontraram a resposta adequada nos sistemas construtivos industrializados, entre os quais se destacam os sistemas construtivos em aço.

É neste contexto, de mudanças e oportunidades, que surgiu uma iniciativa que trouxe contribuição essencial para que o setor da construção metálica pudesse realizar os avanços que se verificariam a seguir. Foi criado, em 2002, o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) com a missão de atuar junto a cada elo da cadeia produtiva – empreendedores e construtoras, arquitetos, engenheiros estruturais e fabricantes de estruturas e componentes – para difundir a construção metálica e apoiar o desenvolvimento desse mercado. O trabalho efetuado permitiu a análise correta das potencialidades das estruturas em aço, assim como dos sistemas mistos e híbridos, sem a influência de paradigmas e preconceitos.



Dentre as várias ações empreendidas pelo CBCA, destacam-se a publicação do Guia Brasil da Construção em Aço, facilitando a divulgação de empresas, produtos e serviços da construção metálica; a criação de um Banco de Obras para livre consulta, reunindo projetos de referência realizados em aço e suas respectivas fichas técnicas; e o lançamento da revista Arquitetura & Aço, que rapidamente tornou-se uma referência no mercado para todos os interessados na construção em aço, em especial os arquitetos. Criou, ainda, a série Manuais de Construção em Aço, excelente fonte de informação e orientação, sempre elaborados por renomados profissionais, e as Vídeo Aulas, ferramenta de apoio aos docentes de arquitetura e engenharia.
Também concentrou esforços para atualizar normas técnicas e produzir novas normas, preenchendo lacunas que ainda existiam em relação à normalização do setor. Como não poderia ser diferente, toda a cadeia produtiva do segmento se modernizou.
A construção civil é o setor que mais consome produtos siderúrgicos no Brasil, assim como no mundo todo. Atualmente, responde por 37% do total do consumo aparente de aço no país. E a Pesquisa Industrial Anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que a construção em aço no Brasil cresceu ao ritmo de 11% ao ano, em média, no período entre 2002 e 2012, atingindo o consumo de 1,7 milhão de toneladas. Enquanto isso, a construção civil como um todo crescia 4,3% ao ano e o PIB nacional registrou média de apenas 3,9% no mesmo período.
Fonte: CBCA

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