O projeto
Fonte: Ecritório Gustavo Penna
Uma evidente composição com a montanha distingue a Escola
Guignard de outras edificações do bairro de Mangabeiras, em Belo Horizonte-MG.
Numa referência à sinuosidade da paisagem local, a equipe de Gustavo Penna
desenhou uma estrutura curvilínea, que foge à retidão "natural" dos
elementos metálicos, configurando uma praça, um abrigo e um mirante. Um abraço
ao mundo, nas palavras de Penna.
A escola ostenta quatro pavimentos, todos
estruturados em aço, fechados com paredes de alvenaria e acabamento em
argamassa colorida texturizada. Desenvolve-se a partir da cota superior do
terreno, em que o edifício principal acompanha a curvatura da rua de acesso. O
bloco, que contém salas-ateliês, oficinas e galeria de exposições, conecta-se a
um auditório subterrâneo, sobre o qual repousa o anfiteatro gramado para
reuniões e espetáculos ao ar livre. O volume emerge novamente, na cota mais
baixa do terreno, para configurar o mirante cívico, que liga a escola à rua
inferior.
Fonte: Ecritório Gustavo Penna
Os alicerces da escola começaram a ser lançados pessoalmente por Alberto da Veiga Guignard no Parque Municipal, um belo jardim no centro de Belo Horizonte. Lá o mestre do modernismo mineiro se reunia com seus discípulos para estudar, discutir e fazer arte. Por isso, em 1986, após uma intensa mobilização de artistas e acadêmicos, o primeiro projeto da escola coube a Oscar Niemeyer, para implantação no próprio parque. A obra chegou a ser iniciada, mas foi embargada pela Prefeitura de Belo Horizonte. Ampla negociação envolvendo o governo do Estado, prefeitura e lideranças comunitárias resultou na doação da área em Mangabeiras, mas a mudança do local acabou afastando Niemeyer do projeto. Ante a falta de verba para a contratação de novo projeto, a tarefa foi assumida por Gustavo Penna, que trabalhou sem honorários.
As obras somente foram iniciadas em 1990, mas sofreram interrupções com as mudanças de governadores. Felizmente, a estrutura de aço SAC-41 (patinável) pôde resistir aos quase dois anos de paralisação, permitindo a inauguração definitiva, no final de 1994. Mesmo com as indisfarçáveis falhas de execução e os sinais de deterioração do conjunto, como fissuras e defeitos na vedação dos caixilhos, a escola passou a ser uma referência obrigatória na arquitetura da capital de Minas Gerais.
Fonte: Acervo Pessoal do Grupo
Caminho heróico
Os alicerces da escola começaram a ser lançados pessoalmente por Alberto da Veiga Guignard no Parque Municipal, um belo jardim no centro de Belo Horizonte. Lá o mestre do modernismo mineiro se reunia com seus discípulos para estudar, discutir e fazer arte. Por isso, em 1986, após uma intensa mobilização de artistas e acadêmicos, o primeiro projeto da escola coube a Oscar Niemeyer, para implantação no próprio parque. A obra chegou a ser iniciada, mas foi embargada pela Prefeitura de Belo Horizonte. Ampla negociação envolvendo o governo do Estado, prefeitura e lideranças comunitárias resultou na doação da área em Mangabeiras, mas a mudança do local acabou afastando Niemeyer do projeto. Ante a falta de verba para a contratação de novo projeto, a tarefa foi assumida por Gustavo Penna, que trabalhou sem honorários.
As obras somente foram iniciadas em 1990, mas sofreram interrupções com as mudanças de governadores. Felizmente, a estrutura de aço SAC-41 (patinável) pôde resistir aos quase dois anos de paralisação, permitindo a inauguração definitiva, no final de 1994. Mesmo com as indisfarçáveis falhas de execução e os sinais de deterioração do conjunto, como fissuras e defeitos na vedação dos caixilhos, a escola passou a ser uma referência obrigatória na arquitetura da capital de Minas Gerais.
Abaixo dela, dois reservatórios metálicos com capacidades de 18
mil litros e 5 mil litros ocupam quase todo o vazio da cobertura para armazenar
a água de consumo e melhorar o conforto térmico no interior das salas.
Outro detalhe curioso da obra encontra-se no anfiteatro: uma das
extremidades da arquibancada completa-se com uma escada de aço móvel, para
acesso de veículos ao palco do auditório subterrâneo. Um dispositivo hidráulico
aciona essa pesada porta, quando necessário.
Dentro, nas oficinas e espaços de trabalho, o cuidado no desenho
é visível em lavatórios, corrimãos, portas e caixilhos, que impressionam mesmo
ao mais desavisado visitante. Gustavo Penna explica que a idéia central do
projeto foi criar ambientes de trabalho, como oficinas, adequados para moldar
argila e concreto, soldar, fundir, pintar e viver. Por isso a opção pela luz
zenital em todos os ambientes da escola. Por isso, a grande praça gramada,
sobre o auditório, entre a Guignard e a vista de Belo Horizonte
Repleto de
simbolismos, o projeto do escritório Gustavo Penna & Associados revê a
tradição de Minas Gerais numa linguagem universal e contemporâneaCaminho heróico
Ficha Técnica
Localização: rua Ascanio Bulamarqui, Belo Horizonte-MG
Área do terreno: 4 mil m2
Área construída: 7.500 m2; 14 salas-ateliês, 500 m2 de oficinas, galeria 1000 m2, anfiteatro para 2 mil pessoas e auditório para 400 pessoas
Ano do projeto: 1989 (1a fase) e
1990 (2a fase)
Conclusão da obra: 1994
Estrutura Metálica: TMIL-Tecnologia de Montagem Industrial
Aço: SAC-41 e SAC-50 Usiminas
Esquadrias: Complemig
Luminárias: Iluminar
Serralheria especial: Temac
Argamassa colorida de revestimento: Central Beton
Equipe Técnica
Obra: Escola Guignard - Universidade Estadual de Minas Gerais
Contratante: Diretoria de Obras Especiais do Deop-MG
Projeto de Arquitetura: Gustavo Penna Arquiteto & Associados; Autor do projeto: arq. Gustavo Penna; Colaboradores: Adalgisa L Mesquita, Afonso Walace Oliveira, Delio M.B. Cardoso, João Batista de Assis; Fernanda Arruda Guillen, Norberto Bambozzi, Osmar
Fonseca Barros
Projeto de estrutura, elétrica e hidráulica: Leme Engenharia( eng. Paulo
Marcio Veloso)
Projeto de acústica, sonorização e iluminação espectacular: Bomsibel
Projeto de iluminação: Iluminar
Construção: Tecplan Engenharia
Fotos: Jomar Bragança
MARCOS DE SOUSA
Localização: rua Ascanio Bulamarqui, Belo Horizonte-MG
Área do terreno: 4 mil m2
Área construída: 7.500 m2; 14 salas-ateliês, 500 m2 de oficinas, galeria 1000 m2, anfiteatro para 2 mil pessoas e auditório para 400 pessoas
Ano do projeto: 1989 (1a fase) e
1990 (2a fase)
Conclusão da obra: 1994
Estrutura Metálica: TMIL-Tecnologia de Montagem Industrial
Aço: SAC-41 e SAC-50 Usiminas
Esquadrias: Complemig
Luminárias: Iluminar
Serralheria especial: Temac
Argamassa colorida de revestimento: Central Beton
Equipe Técnica
Obra: Escola Guignard - Universidade Estadual de Minas Gerais
Contratante: Diretoria de Obras Especiais do Deop-MG
Projeto de Arquitetura: Gustavo Penna Arquiteto & Associados; Autor do projeto: arq. Gustavo Penna; Colaboradores: Adalgisa L Mesquita, Afonso Walace Oliveira, Delio M.B. Cardoso, João Batista de Assis; Fernanda Arruda Guillen, Norberto Bambozzi, Osmar
Fonseca Barros
Projeto de estrutura, elétrica e hidráulica: Leme Engenharia( eng. Paulo
Marcio Veloso)
Projeto de acústica, sonorização e iluminação espectacular: Bomsibel
Projeto de iluminação: Iluminar
Construção: Tecplan Engenharia
Fotos: Jomar Bragança
MARCOS DE SOUSA
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